quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Jogos no ensino de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental

No contexto escolar, a garantia do direito ao jogo por parte das crianças se justifica pela busca de uma aprendizagem significativa dos conteúdos matemáticos, ou seja, o jogo possibilita a aprendizagem concreta e significativa dos conteúdos matemáticos por parte dos alunos numa perspectiva de inclusão, uma vez que promove a participação dos alunos; o compartilhamento de significados entre professor e alunos e a aproximação progressiva dos alunos aos conteúdos escolares. O jogo anuncia a possibilidade de o aluno aprender por múltiplos caminhos e formas de inteligência em prol de uma aprendizagem significativa. Assim, para promover o desenvolvimento de múltiplas competências, o jogo deve intermediar as relações afetivas e cognitivas envolvidas no processo do brincar/jogar. É importante que o jogo seja visto como um recurso didático que auxilia na aprendizagem dos conteúdos escolares e, portanto, sua inserção nas aulas deve ser intencional. O professor que se propõe a trabalhar com jogos, deve considerá-lo em seu planejamento de ensino. O jogo pode ser utilizado como um recurso didático poderoso no processo de ensino e de aprendizagem da matemática escolar, uma vez que propõe uma ruptura do ensino excessivamente algebrizado da Matemática em nossas escolas, bem como promove um ensino lúdico dessa disciplina. O professor de matemática deve trazer sentido e significado aos conteúdos escolares, de modo que possa alcançar resultados mais efetivos no processo de ensino e de aprendizagem. O valor está na aprendizagem e na melhoria das atitudes face à Matemática e o jogo constitui-se numa ferramenta pedagógica fundamental, desde que seja utilizado com intencionalidade.
Apresento, em seguida, alguns jogos confeccionados por alunos e alunas do curso de Pedagogia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP (2009).



E você, já trabalhou com jogos na escola? Na sua opinião, o jogo possibilita, de fato, uma aprendizagem significativa dos conteúdos escolares?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Relato de experiência profissional: iniciação científica no ensino superior (por Luciana)

Desde 2007, durante 3 semestres consecutivos ministrei a disciplina de Metodologia Científica para os cursos de graduação e pós-graduação de uma das faculdades onde trabalho como docente. Há uma resistência bastante notável por parte dos alunos em relação aos conteúdos dessa disciplina, principalmente no que se refere às Normas Técnicas necessárias para a configuração de um trabalho acadêmico-científico. Utilizei aulas expositivas para o desenvolvimento dos fundamentos da pesquisa científica, assim como para a apresentação das etapas da investigação científica. Percebi o quanto tais momentos eram maçantes quer para os alunos quer para mim como professora, o que ressaltava a natureza da disciplina. Neste contexto, pensei sobre a questão da validade de uma aprendizagem, já que esta é primordial para a sua própria eficácia, pois é preciso que essa aprendizagem seja realmente legítima para os alunos, a fim de que seja permitida e propiciada pelos responsáveis, no caso, a mim como professora. A partir desse quadro, busquei utilizar diferentes recursos pedagógicos como mídias, músicas, filmes, documentários, livros, artigos de revistas e notícias de telejornais para ilustrar os conteúdos em desenvolvimento, dinamizando as aulas. Propus a realização de seminários por parte dos alunos, em grupos, assim como a escrita de resenhas críticas e resumos, de modo a exercitar nos alunos alguns procedimentos de escrita científica. Lancei uma proposta em 3 turmas de 3 diferentes cursos – licenciaturas em Letras e Matemática e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – de elaboração de uma resenha acerca dos livros indicados para leitura e conteúdo de prova, sendo que escolheria 1 resenha de cada turma, ou seja, a melhor resenha de cada turma. Após a definição dos alunos representantes de cada turma que escreveram as melhores resenhas, indiquei-os a publicarem seus textos na revista eletrônica da faculdade resenhas da revista eletrônica ACADEMOS-FAINAM, incentivando-os a comunicação e construção de conhecimento científico. O lançamento desta edição da revista contou com a presença dos alunos representantes e de seus respectivos colegas de turma, que puderam prestigiar os colegas e verificar que houve um reforço positivo do esforço de cada um deles em sua iniciação científica. Segundo as explicações de Bandura, o reforço recebido por um sujeito pode ter um efeito sobre os demais componentes do grupo, que passarão a imitá-lo com o objetivo de também receberem o mesmo reforço. Trata-se de um reforço vicariante, ou seja, que acontece sobre um indivíduo separadamente, mas que tem o poder de ação sobre todos os outros. A característica social aparece, se bem que de modo muito restrito, na medida em que as aprendizagens serão obtidas não por um reforço diretamente incidente sobre sua própria ação, mas sobre a ação de uma outra pessoa. Além desta proposta, os alunos também pesquisaram temas referentes ao “Ano Internacional do Planeta Terra” (2008) e escreveram uma síntese da pesquisa bibliográfica realizada por cada grupo. Propus que os grupos que quisessem apresentassem a pesquisa teórica realizada num evento acadêmico da faculdade, sob a forma de comunicação oral. Assim, os alunos que se inscreveram no evento puderam vivenciar a comunicação de idéias em âmbito científico, bem como puderam identificar os conteúdos da Metodologia Científica em experiências práticas no decorrer do processo de ensino e de aprendizagem. A partir dessas vivências, percebi que os alunos identificaram a importância e a função desta disciplina em suas vidas como alunos-pesquisadores... Segundo Maria Judith, trata-se do fato de que a aprendizagem provoca sempre uma mudança no comportamento dos sujeitos que aprendem de forma significativa, relativa a algo novo em comparação com tudo o que é originalmente parte integrante do sujeito. Como pôde ser observado nas duas propostas de atividades antes descritas, houve uma mudança na percepção dos alunos em relação a esta disciplina em sua formação. Certamente algumas condições são imperativas para que um processo de aprendizagem tenha sua realização possibilitada. Fazer acontecer um processo de aprendizagem é algo complexo, mas as evidências mostram que tem sido possível. Relatei exemplos de situações didáticas em que o sujeito parte para uma tentativa de aquisição da aprendizagem de algo específico e, depois, mostra o resultado positivo de seu trabalho. Tive o privilégio e a satisfação de observar os meus alunos conduzindo suas experiências, elaborando suas atividades e adquirindo novas capacidades para verificar suas reais possibilidades de aprendizagem. Não é preciso ter um conhecimento de especialista para que identifiquemos a realização de um processo de aprendizagem e, se o identificamos, é porque ele foi possível. Foi uma experiência gratificante!

Reflexões sobre a formação profissional do professor

Olá, eu sou a Luciana, e juntamente com meus colegas autores desse BLOG, me proponho a dialogar com vocês sobre as abordagens teórico-práticas que fazem parte das nossas experiências profissionais, bem como da nossa constituição como profissionais das práticas educativas em seus diferentes contextos de atuação e em diferentes áreas do conhecimento. Essa é a riqueza desse espaço de interação e de autoria: a possibilidade de compartilhar conhecimentos e de construir nossa comunidade virtual de aprendizagem!
Sou professora há 14 anos e fui construindo minha identidade profissional em diversos espaços e processos educacionais: professora do Ensino Fundamental (anos iniciais), coordenadora pedagógica da educação básica e de curso de graduação, professora de graduação e pós-graduação lato sensu, professora-tutora e professora temática de cursos de EAD. A partir das experiências vivenciadas e dos estudos continuados, faço algumas considerações iniciais sobre a formação profissional do professor.

É preciso mais do que bagagem teórica para ser um bom professor, já que a didática é um campo do conhecimento específico na e para a formação de professores. Além das competências para ensinar, o bom professor precisa, a meu ver, articular outras habilidades e ações na esfera do "saber-fazer" para garantir a eficiência no processo de ensino-aprendizagem. Precisa saber ou aprender a lidar com conflitos em sala de aula, gerenciar as diferenças sem deixar se seduzir pelos estereótipos, saber criar espaços de aprendizagem, saber avaliar e se auto-avaliar, saber para quê? para quem? como dado conteúdo será desenvolvido?, dentre outros aspectos que permeiam o fenômeno educativo. "Na prática, a teoria é outra!" Tal afirmação, talvez um "grito de socorro" daqueles que a enunciam, vem ao encontro da necessidade de entrar nesse "interjogo de ação e reflexão" de modo que possamos identificar as lacunas da teoria na prática e vice-versa, num movimento constante de superação dessa falsa dicotomia através da pesquisa, da experiência na profissão docente, da articulação das diferentes ciências para a construção de uma práxis educativa, onde a teoria e a prática andam juntas, cada qual com a sua especificidade. Difícil??? Muito!!!!! Pois somos seres em construção, inacabados, em busca de bases filosóficas, antropológicas, históricas, psicológicas e sociológicas que possam conferir cada vez mais coerência entre o que se diz (teoria) e o que se faz (prática).

E você, concorda com essa reflexão? O que mais acha importante considerar na formação profissional de professores?

"O autor como produtor"

Olá, o meu nome é José Apóstolo Netto e, ao contrário da colega Cláudia Amorim, sou neofito no campo dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) e das Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) aplicadas aprendizagem e "ensinagem", entre outras práticas educativas. A minha experiência aí limita-se, por enquanto, à participação em três cursos a distância (EAD) estruturados nas plataformas Moodle, Teleduc e  Blackboard Acadmic Suite. Na sala de aula, tenho utilizado apenas o Email, o Facebook , o Orkut e o Messenger como ferramentas comunicacionais paras compartilhar , trocar e registrar conteúdos, imagens, idéias e reflexões com os alunos. Foi somente no curso de Web Colaborativa Aplicada à Educação, do Senac, que vim explorar e ampliar as possibilidades pedagógicas da internet, que são inúmeras e diversas. Descobri, entre outras coisas, que com ela podemos definitivamente sair da condição de meros reprodutores individualizados de conhecimentos, quero dizer, meros receptores, para execermos livre, criativa e modernamente o papel de autores e produtores de saberes e conhecimentos compartilhados. Novas linguagens, novas metodologias, novas abordagens, enfim, múltiplas formas de aprender e ensinar, construir e produzir, com participação, dinamismo e criticidade.

Uso de blogs pedagógicos como ferramenta de autoria

Sou Cláudia Amorim, professora de inglês por formação. Atualmente coordeno a equipe de inglês da Escola Móbile, em São Paulo.

A tecnologia entrou na minha vida de forma mais intensa em 1996, quando comecei a trabalhar na escola Móbile e descobri a Internet...

Como educadora professora de inglês, refleti sobre o uso desta ferramenta de comunicação entre povos, e iniciei uma busca de parceiros virtuais para poder trocar informações com meus alunos do Ensino Fundamental 1. Encontrei-os na Suécia, Finlândia, Austrália, Letônia...

Em 2005, comecei a observar o uso que pré-adolescentes e adolescentes faziam da Internet. Pelo olhar observador que ecoava de minha experiência como mãe de dois adolescentes usuários das tecnologias de comunicação e informação em suas práticas cotidianas, iniciei a investigação informal da escrita dos jovens em contextos de comunicação em ambientes virtuais de mensagens instantâneas. Conversei com alguns adolescentes e deparei-me com o rico universo dos blogs pessoais criados por eles. Comecei a perceber a motivação que os jovens têm quando escrevem em seus blogs e quando se comunicam em redes sociais.  Intrigava-me o imenso sentimento de obrigação e desmotivação que esses mesmos jovens tinham ao fazerem tarefas no contexto escolar. Iniciei minha reflexão acerca dos motivos pelos quais os adolescentes se dedicam aos seus blogs pessoais com tanto entusiasmo e motivação, e com frequência não realizam seus trabalhos escolares com o mesmo empenho.
Em fevereiro de 2006, como professora de inglês do Ensino Fundamental I, decidi iniciar um projeto educacional com alunos de quarta série. Nesse momento criei os meus primeiros blogs pedagógicos (4ª série A e 4ª série B), e deu-se início ao meu encantamento com o uso da ferramenta blog em contextos educacionais. A partir do envolvimento e participação de meus próprios alunos, pude perceber como essa ferramenta pode propiciar a aprendizagem significativa no contexto de ensino de língua materna ou estrangeira.
Dentro do programa de pós-graduação da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, tinha por ideal ir em busca de um projeto de pesquisa que pudesse unir minha preocupação educacional e social, que pudesse de alguma forma mudar alguma realidade social que necessitasse de um olhar criativo e transformador. Foi quando conheci um grupo de crianças de jovens, leitores assíduos da BibliotecaBelmonte, em São Paulo e iniciei minha investigação sobre a construção de conhecimento por meio de blogs pedagógicos.
Acredito na utilização de ferramentas de aprendizagem colaborativa para a construção de conhecimento. Blog como ferramenta de autoria.

Pergunto a você, leitor de nosso blog, como podemos, por meio de blogs pedagógicos, como podemos, por meio da inserção do uso de blogs pedagógicos, tornar a aprendizagem mais centrada no aprendiz  e nas necessidades de ações compartilhadas e cooperativas? Cooperativas, no sentido de operar com outros. Uma forma de aprender com mais participação dos aprendizes, com objetivos comuns, mediada, em alguns momentos pelo educador, e em outros, pelos próprios aprendizes. 
Sinta-se à vontade para escrever comentários. Desta forma, iniciaremos um diálogo reflexivo acerca do uso de blogs pedagógicos como ferramenta de autoria.


Blogs Pedagógicos como espaço de colaboração e cooperação

O uso de blogs na educação vem de encontro ao desejo inicial de Tim Berners-Lee, o criador da World Wide Web, em 1989. Berners-Lee concebeu a rede como um meio colaborativo.
A ferramenta blog mudou o conceito da web, pois abriu-se a possibilidade de autoria. Atualmente milhões de pessoas com acesso à Internet têm a possibilidade de adicionar e publicar conteúdos online sem a necessidade de conhecimento de linguagem de programação. Nossa relação com a web também está sendo alterada, pois atualmente temos um papel mais ativo no uso da tecnologia ao nosso alcance. Blogs possibilitam o uso da Internet de uma forma mais colaborativa, pois eles encorajam o leitor a pensar e a interagir com o texto escrito.
O uso da tecnologia como ferramenta de autoria traz a tona uma discussão sobre novas formas de letramento digital. Ser letrado não mais se aplica somente as habilidades de saber ler ou escrever, e sim, a capacidade de decodificar e utilizar artefatos eletrônicos.
Blogs Pedagógicos, em sua maioria, são espaços de registro e reflexão apenas. O grande desafio na inserção de blogs em contextos pedagógicos é utilizá-lo como reflexão e espaço de autoria do aluno.
Este blog é um espaço de reflexão e interação criado por Cláudia Amorim, Luciana Utsumi e José A. Netto, durante o curso Web Colaborativa Aplicada à Educação, do Senac (Setembro/Outubro 2011).
Neste espaço o leitor é convidado à refletir e interagir!